sábado, 25 de novembro de 2017

A pausa necessária



Muitas vezes em nossa jornada, nos sentimos cansados, perdidos, ou simplesmente percebemos uma necessidade de parar e respirar. Seja sentando-se em uma árvore, e fechando os olhos, ou seja desviando-se do caminho, para subir a um elevado e admirar a paisagem do por do sol.

Seria isso perder tempo? Seria o desvio "errado"? Penso que não.

Há uma necessidade dessa pausa. De deixar de lado um pouco a intensidade do caminhar, do buscar, do querer saber. De dar um passo atrás do outro, muitas vezes olhando somente para baixo, focando no caminho, nas pedras, nos buracos. Ou então estar com a mente ausente, pensando no objetivo final, na chegada. Mas e a paisagem ao redor? Aquela brisa suave que toca seu rosto, o cheiro da grama após um dia de chuva, o canto de um pássaro na primavera?

Aquela flor que brilha com as gotas do orvalho da manhã, ou o silêncio de uma noite estrelada...

Isso não é desfocar de sua busca. Isso talvez seja a parte mais essencial dela. É quando nos sentimos de fato vivos e conectados.

E a pausa? Talvez seria sair do turbilhão de pensamentos, e muitas vezes a agonizante sensação de estagnação ou de se estar perdido. A ansiedade do querer saber, e encontrar respostas.
E então, você simplesmente se afasta um pouco. Resolve subir aquele pequeno elevado para sim, admirar o por do sol, e de repente você percebe que enxerga o seu próprio caminho, mais embaixo de uma outra perspectiva. Sua visão se estende para além, e você percebe muito mais do que se estivesse somente focada em cada passo do seu caminho.

Você enxerga o céu, enxerga além da linha do horizonte, e consegue vislumbrar que há mais, muito mais.

Respirar, se acalmar, acalmar a mente, o corpo, o coração. E de repente, sentir nessa calma, nessa paz, o que o Universo tem para nos dizer.

A pausa, o breve afastamento, não significa perda de tempo, abandono, desvio. Significa maturidade, crescimento. Assim como as ondas do mar, em seu movimento de ir e vir. O balanço suave das árvores levados pelo vento de verão, de um lado para o outro.

Nós também somos cíclicos, nós também somos atemporais, nós também somos movimento.

Após essa pausa, essa reflexão, levantamos, com um sorriso no rosto, uma sensação de paz no coração, e retomamos nossa caminhada. Com novos pensamentos, novas expectativas, novas sensações.

Descansados, em paz, inspirados.

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